Empresas de teleatendimento insistem com arrocho salarial
16/01/2017 | FENATTEL
Imagine o som de várias pessoas falando ao mesmo tempo. Em um espaço amplo, mas apertado pela imposição da baia, diversos teleoperadores desempenham suas funções. A maioria é jovem, representa 63% no quadro de funcionários e 67,51% têm o ensino médio concluído.
O salário desses trabalhadores continua com crescimentos tímidos. Apesar de ser maioria em número de funcionários nas empresas de teleatendimento, o salário do teleoperador mantém grande distância em relação aos outros salários na hierarquia do setor. As empresas de teleatendimento insistem em pagar menos ao teleoperador.
Com tantos jovens entrando no mercado de trabalho por meio dos call centers, é de se imaginar que alguns sonham em iniciar um curso universitário. Ao observar a média salarial, muitas vezes o sonho acaba sendo adiado por anos, por falta de condições financeiras.
Outro dado que demostra a pouca valorização desses profissionais é que a remuneração do trabalhador no teleatendimento é inferior à remuneração dos trabalhadores do setor de serviços, mesmo considerando a mesma escolaridade e jornada média de trabalho.
Nas reuniões de negociação, os representantes sindicais precisam estar cientes de que sempre haverá diversidade de interesses nas discussões. Enquanto nos preparamos para defender e valorizar o salário do trabalhador, do outro lado há o patrão em busca de minimizar o custo da mão de obra, e sedento pelo lucro.
Qual a importância, então, do reajuste nos salários e benefícios dos teleoperadores? O objetivo é a recomposição da perda do poder de compra dos salários em decorrência do aumento do nível de preços da economia. O salário vai perdendo o seu valor por não conseguir comprar os mesmos itens, conforme os produtos encarecem.
A pauta 2017 da FENATTEL traz reivindicações como: R$ 14,00 de Vale Refeição (para jornada até 6h) e R$ 25,00 (para as demais jornadas). Acreditamos que é de extrema importância lutar, sem se cansar, por melhores condições trabalhistas e devolver o poder de compra dos salários.
