Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
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A UNI (Rede Sindical Internacional) realizou uma reunião em Paris (FR), os dias 4 e 5 deste mês, com o objetivo de analisar as relações com a Teleperformance – maior empresa de relacionamento com clientes do mundo – tratando das condições de trabalho, remuneração, organização sindical dos trabalhadores e os principais problemas existentes em cada país.

 

Participaram representantes sindicais da Suécia, Noruega, Espanha, Itália, Franca, Republica Dominicana, Polônia, Portugal, Uruguai, Argentina, Bélgica, Suíça, Grécia, Estados Unidos, Colômbia, Portugal e Brasil. O perfil dos participantes se caracterizou pela presença de dirigentes mais experientes; e um número representativo de mulheres.

 

A narrativa de cada representante sobre a realidade da Teleperformance, nos seus respectivos países, mostrou que se trata de uma empresa bastante lucrativa e muito importante no mundo, com forte atuação nas Américas do Sul e do Norte, com a meta de crescimento de mais 14% do lucro até 2020 (cerca de 700 milhões de euros), e tendência de expandir os seus negócios também para a Índia.

 

Nos Estados Unidos e Filipinas, para os quais a Teleperformance é a maior prestadora de serviços em teleatendimento, os sites estão sediados na Republica Dominicana. Na França, apesar ser o país sede da transnacional Teleperformance, existem somente 2.500 trabalhadores.

 

A empresa prioriza o seu crescimento em países onde a mão de obra é mais barata, onde a legislação trabalhista condiz com os seus interesses de mercado e que tenha organização sindical frágil ou inexistente.

 

O exemplo mais recente remete à Republica Dominica, onde graças à atuação da UNI, as relações sindicais, hoje, estão estabelecidas, apesar da forte resistência da empresa à livre organização dos trabalhadores.

 

 

A TELEPERFORMANCE NO BRASIL

 

A Teleperformance atua no Brasil desde 1998. Hoje,  com cerca de 25 mil trabalhadores divididos entre SP e RN,  existe relação sindical estabelecida e acordos celebrados, porém, ainda é forte a  prática de assédio moral e descaso para com a saúde dos trabalhadores.

 

Esses fatos tem merecido especial atenção da FENATTEL e de seus sindicatos, através da celebração da Convenção Coletiva Nacional, que define e equipara as bases mínimas de contratação nesses estados, das cobranças pelo cumprimento do Anexo II da NR 17, e da  campanha recentemente lançada no Brasil em defesa da saúde no teleatendimento, que foi aprovada pela UNI na reunião sob o compromisso de orientar  sua adesão pelos demais países onde a empresa atua.

 

A Fenattel saiu dessa reunião com um saldo muito positivo, pois além de ter colaborado nos debates com intervenções de qualidade, teve acatada várias propostas que foram incluídas no plano de trabalho da UNI, para o próximo ano.

 

 

PRINCIPAIS METAS DE TRABALHO PARA 2018

 

- Foram indicados como prioridade de trabalho da UNI a Colômbia e Portugal, onde os problemas com a Teleperformance são mais graves, contando com o apoio do Brasil e da Argentina;

 

- Realizar a próxima reunião na República Dominicana;

 

- Buscar firmar acordo global com a Teleperformance de modo a definir compromissos em combate à precarização do trabalho em todo o mundo;

 

-Desenvolver campanha midiática global, visando expor e explorar perante o mundo as práticas anti sindicais da Teleperformance;

 

- Adoção da campanha em prol da saúde dos teleoperadores;

 

- Realizar atividades de mobilização e protesto, simultaneamente, num dia de luta, nos países onde a Teleperformance atua;

 

- Mapear e enviar correspondência a todos os clientes da Teleperformance, para denunciar os abusos cometidos pela mesma.

 

 

 

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