Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
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A União Geral dos Trabalhadores/as (UGT), FENATTEL, e os Sindicatos representantes, receberam com perplexidade e insatisfação a publicação da Secretaria Nacional do Consumidor - SENACON, que em parceria com os Procons, determinou a suspensão dos serviços do telemarketing ativo/ligações de 180 empresas, em todo o território nacional, colocando em risco mais de 400 mil postos de trabalho, em geral jovens em seu primeiro emprego com registro em carteira, e de grande número de mulheres, maioria nesse segmento.

Como representantes da classe trabalhadora, em especial dos/as trabalhadores/as do setor de telesserviços/telemarketing/teleatendimento, destacamos que essa medida traz enorme preocupação, já que a conjuntura do desemprego, que assola mais de 11 milhões de brasileiros, sem mencionar as 125,2 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, 26 milhões de trabalhadoras e trabalhadores subutilizados, o aumento da informalidade e a queda da renda real, só tende a piorar. A implementação, cada vez mais acelerada, da tecnologia no mundo trabalho não pode ficar em desacordo com a geração e a manutenção de empregos e renda, pois deve ser importante aliada e ferramenta para a melhoria das condições de trabalho e do seu ambiente, jamais o contrário.
 
Robôs, ou bots, como também são chamados, ampliaram a capacidade de produzir mais em menos tempo, encurtaram distâncias e otimizaram centenas de tarefas, porém, os que atuam erroneamente efetuando inúmeras ligações indesejáveis aos clientes, prejudicam a boa prática comercial entre empresa e consumidor, além de proporcionar o drama do desemprego para milhares de famílias de trabalhadores/as, que exercem com enorme dedicação essa tão essencial profissão. Visto recentemente, o papel fundamental dessa categoria no triste período da pandemia do COVID-19, vivenciado pelo povo brasileiro.
 
A União Geral dos Trabalhadores/as (UGT), FENATTEL, e os Sindicatos representantes, defendem que o caminho correto é o regimento da atividade econômica, criando regras e boas práticas, assim como a regulamentação da profissão, para que haja tanto a proteção aos consumidores, como para os trabalhadores/as, e não é a simples proibição dessa atividade que trará solução ao problema. Necessitamos de um maior debate, que envolva o poder público, as empresas, a sociedade e, logicamente, os trabalhadores. Nesse sentido, não mediremos esforços para mobilizar nossas bases na defesa dessas valiosas bandeiras.