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A 7ª edição da Marcha das Margaridas aconteceu nesta terça e quarta-feira (15 e 16 de agosto), em Brasília, na capital federal e reuniu cerca de 100 mil mulheres.  

O SINTETEL, a FENATTEL e a CONTCOP foram representados pela dirigente sindical Maria Edna Medeiros, que na ocasião também representou as mulheres da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), à qual as três entidades são filiadas.

Com o lema “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”, a ação, considerada a maior concentração política de mulheres da América Latina, reuniu mulheres da cidade, do campo, da floresta e das águas. Além de delegações de outros países.

A Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos, desde 2000, em Brasília. É organizada e coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), por federações e sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras. “São quatro anos de construção coletiva, de formação, de caravanas, de audiências públicas e de construção de propostas para coroar com a nossa grande marcha em Brasília”, enfatizou a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais.

A Marcha das Margaridas não se resumiu à grande marcha rumo à Esplanada dos Ministérios. As mulheres organizaram um documento com 13 eixos políticos, com algumas reinvindicações, como igualdade de direitos, combate à violência, acesso à terra e garantia dos direitos territoriais.

As demandas foram entregues ao Governo Federal, em 21 de junho, durante um evento com a participação de 13 ministras e ministros de Estado, no Palácio do Planalto. No mesmo dia, também foi entregue outra pauta voltada ao Legislativo para apreciação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A abertura oficial da Marcha das Margaridas aconteceu no final da tarde de terça-feira (15). No mesmo dia, Maria Edna Medeiros e Isabel Kausz dos Reis, pela manhã, representaram UGT no encontro do Forum Nacional das Mulheres das Centrais Sindicais com o Ministério das Mulheres. “É a minha primeira vez na Marcha e é emocionante ver a organização de todas as mulheres, em todos os estados e do DF. Estamos nessa parceria com o Ministério das Mulheres e reconstruindo o país, viemos à Brasília para, além de ajudar, reforçar a luta pela ratificação das convenções 190 e 156, fundamentais para o advento das mulheres sindicalistas e trabalhadoras”, disse Maria Edna.

A programação da Marcha se estendeu por esta quarta-feira (16) e apesar de ser encerrada ao meio dia, após pronunciamento do presidente Lula. Comemoramos o sucesso do evento e retornamos para a concentração, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. Também estiveram presentes no local a primeira-dama Janja da Silva e várias ministras, que assim como a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e a dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, deram total apoio durante toda a Marcha e participaram junto com as mulheres.

Houve participação do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, Ministro da Justiça, Flávio Dino, deputadas, senadoras, governadores que também marcaram presença. Durante a concentração do evento, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, houve diversas atividades simultâneas, como: oficinas, debates, rodas de conversas, exibições de vídeos, práticas integrativas e complementares em saúde, apresentações culturais, plenárias, entre outras.

História

O nome Marcha das Margaridas homenageia Margarida Maria Alves, trabalhadora e presidente do Sindicato dos Rurais de Alagoa Grande, Paraíba, assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários.

A Marcha foi inspirada na sua luta pelo direito à terra, à reforma agrária, à educação, por igualdade e por defender os direitos trabalhistas e a vida digna para as trabalhadoras e trabalhadores rurais.

É melhor morrer na luta do que morrer de fome

"Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, esta frase dita por Margarida Maria Alves na comemoração do 1º de Maio de 1983, denota a luta coletiva das mulheres do campo. Margarida foi a primeira mulher camponesa e sindicalista rural, o que não era comum para a época, sobretudo no Nordeste, e defensora dos direitos humanos. Foi brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983, por pistoleiros armados na porta de sua casa.

Margarida era uma ferrenha defensora dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores agrários, e durante os 12 anos em que esteve à frente da presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, no interior da Paraíba, lutou contra a violência no campo, pelo fim da exploração dos camponeses e pela reforma agrária."

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