Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
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Após uma semana de greve, cerca de dois mil trabalhadores da Líder já têm motivos para comemorar. A pressão feita durante a semana com atos na porta da empresa e também da Vivo, operadora para a qual prestam serviço, surtiu resultado. Na reunião realizada em 6 de agosto entre o Sintetel e as duas empresas, houve o compromisso de resolver todos os problemas.

 

Na sexta-feira, 7, uma grande assembleia dos trabalhadores pôs fim à paralisação de sete dias em clima de muita festa. Isso porque a Vivo se comprometeu a repassar para a Líder o dinheiro necessário para quitar as dívidas com salários e benefícios dos trabalhadores.

 

Além disso, as verbas rescisórias de 439 trabalhadores serão pagas em até dez dias. O dinheiro repassado pela Vivo também servirá para a Líder providenciar o pagamento das férias atrasadas e das respectivas multas. Isso ocorrerá até 25 de agosto.

 

E houve mais motivos para comemorar: os cortes no plano médico serão resolvidos e a Líder se comprometeu, ainda, a abonar no pagamento dos salários de julho as avarias de veículos.

 

A Líder também garantiu que não descontará os dias de greve, que durou de 1º a 7 de agosto, e que não haverá qualquer tipo de retaliação aos trabalhadores. Todos esses compromissos constam em um documento entregue ao Sindicato.

 

Vivo contratará trabalhadores

 

Além de resolver o problema de atrasos nos salários e benefícios, o Sintetel foi além e negociou a internalização dos trabalhadores da Líder para a Vivo. A notícia gerou grande surpresa e comoção entre os empregados, que carregaram os dirigentes do Sintetel nos braços. “Que sirva de exemplo para as pessoas que eventualmente tenham alguma dúvida sobre a seriedade do trabalho feito pelo Sindicato”, disse Fábio Oliveira, dirigente do Sintetel.

 

A Líder já autorizou a Vivo a entrar em contato com os seus trabalhadores para dar início ao processo seletivo. O Sintetel alertou a Vivo de que as contratações não poderão gerar prejuízos aos trabalhadores. “Essa é mais uma conquista de todos nós, foi muito gratificante após tantos dias de paralisação chegar a um resultado como esse”, celebrou, emocionado, Marcos Milanez, que também é dirigente do Sintetel.

 

O empregado da Líder Diego Alves reconhece o trabalho do Sindicato. “O Sintetel sempre organizou mobilizações que trouxeram resultados e dessa vez não foi diferente”.

 

Histórico

 

A paralisação dos trabalhadores reivindicava direitos mínimos como o pagamento do Vale Refeição, Vale Alimentação e Vale Transporte. Além disso, a empresa tem descumprido a Convenção Coletiva da categoria. Entre os problemas denunciados estão desde falta de pagamento de hora extra até corte do convênio médico, inclusive o não recebimento de verbas rescisórias.

 

Durante a greve, os trabalhadores realizaram atos na porta do centro operacional da Líder e fizeram uma grande carreata, liderada pelo Sintetel, até a porta da Vivo. O comboio, com mais de 300 carros, passou por avenidas importantes da capital e chamou a atenção de portais de notícia como o G1, da Rede Globo, o R7, da Rede Record, e a agência internacional de notícias Reuters.

 

Para o presidente do Sintetel, Almir Munhoz, a greve organizada pelo Sintetel foi exemplar. “Mostramos que sempre estivemos e sempre estaremos ao lado do trabalhador. Sem essa grande mobilização e a união da categoria junto com o Sindicato não teríamos conseguido essa importante vitória”, avalia Almir Munhoz, presidente do Sintetel.

 

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