Centrais discutem ações de resistência ao desmonte previdenciário
17/01/2019 | FENATTEL
Este texto faz parte de uma série de três artigos em defesa da Previdência.
As centrais sindicais e os sindicatos de diversas categorias se reuniram ontem, 15, no Dieese para traçar ações de resistência à deforma da Previdência, que é amplamente defendida pelo do governo Bolsonaro.
"Não temos até o momento nenhuma proposta oficial, são muitas sondagens", afirmou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese. Ele acredita que uma primeira versão da deforma pode ser apresentada na semana que vem ao presidente por seus ministros. A tramitação começará, de fato, após a instalação do novo Congresso, no mês que vem.
Um dos itens que constará no projeto será a capitalização do sistema, com base no modelo chileno de 1981, durante a ditadura Pinochet. Esse é um modelo considerado desastroso pelos sindicalistas, e que se revelou negativo para os trabalhadores no Chile, porque pressupõe uma capacidade de poupança que nem todos têm. O resultado é que a maior parte dos aposentados recebe abaixo do salário mínimo e mais de 40% estão abaixo da linha de pobreza por lá.
Há, também, outras medidas que vão contra os trabalhadores, como a extinção do Ministério do Trabalho, os ataques ao Judiciário trabalhista e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que vai retirar mais direitos, além daqueles já extintos pela deforma trabalhista.
As pesquisas divulgadas pelo DIEESE nos anos últimos anos já mostraram que não há déficit na previdência e que o governo colabora para criar cenário de déficit inexistente, ao não cobrar sonegadores e conceder renúncias fiscais.
Essa será uma “reforma”, como já deixou bem claro o governo, que não levará em conta o fato de que a Previdência é o maior sistema de proteção social no Brasil, capaz de proteger mais da metade da população brasileira.
As Centrais marcaram uma plenária nacional para 20 de fevereiro, e pretendem monitorar de perto o andamento dos planos da equipe econômica de Jair Bolsonaro.
Na reunião de ontem houve a orientação para realização de plenárias estaduais e assembleias de trabalhadores para construir uma mobilização, decidir formas de luta, greves e paralisações, para enfrentar as propostas do governo e alertar os trabalhadores sobre a nefasta deforma da Previdência.